Suplente de vereador? Você acredita que existe!
- Leandro Bonifacio
- 6 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Sim, caso o titular não fique impossibilitado de atuar no cargo, o suplente vai assumir a vaga.
Foto: Ernandes/CMBH
Ser suplente de vereador é quase como ser o jogador que aquece o banco de reservas a vida toda esperando aquele momento glorioso de entrar em campo — só que o campo é o plenário e o técnico é a democracia. A pessoa se candidata, gasta sola de sapato pedindo voto, faz panfleto, adesivo no carro, promete reformar a praça do bairro, mas no fim das contas fica ali, de escanteio. Parece que ser suplente é um exercício de paciência budista: "Um dia meu tempo vai chegar." Mas a verdade é que ele nunca sabe quando o titular vai dar aquele vacilo básico ou pegar uma dengue inesperada.
E a pressão psicológica? Cada sessão da câmara é um misto de esperança e desilusão. "Será que o vereador faltou hoje?" — pensa o suplente, já ensaiando o discurso sobre a reforma do parquinho da esquina. Ele arruma a gravata, passa a mão no cabelo e fica na expectativa, mas aí vê o titular chegando com um cafezinho na mão, sorridente, como quem vai trabalhar todo dia com gosto. Pobre suplente, mais um mês de espera! Ser suplente de vereador é como viver uma eterna pré-estreia de filme que nunca entra em cartaz.
Mas o lado positivo é que ele tem tempo. Muito tempo. Pra pensar em novas promessas, reorganizar a agenda de 2030 e, claro, arrumar desculpas quando alguém pergunta: "E aí, já assumiu?" Porque no fim das contas, suplente de vereador é tipo uma reserva moral da democracia. Tá ali pronto pra entrar, mas só entra mesmo quando o titular dá uma escapulida ou quem sabe se candidatar a deputado. Até lá, é só dar aquele sorriso amarelo e esperar a próxima convocação.
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